Foto da entrada da cidade
O resultado parcial do Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes Aegypti (LIRAa) apontou que Caetanópolis, corre sério risco de sofrer surto de dengue. Com índice de infestação de 4%, a Secretaria de Saúde daquele município de 10.400 habitantes traça plano emergencial para barrar a doença. O índice aceitável é de até 1%.
No primeiro semestre foram notificados 180 casos suspeitos de dengue em Caetanópolis, sendo 82 confirmados, todos clássicos. Este foi o último levantamento feito pela Secretaria de Saúde. Durante todo o ano de 2009 foram registrados 230 casos de dengue no estágio mais brando da doença.
Segundo a Coordenadora da Atenção Primária em Saúde de Caetanópolis, Rosimara Aparecida, na próxima terça-feira começa mutirão de limpeza na cidade. “Os focos estão nas residências, foi o que o levantamento apontou”, afirma. A coordenadora mostrou-se surpresa com o alarmante índice de 4% de infestação. Segundo ela, não houve ainda tempo para definir objetivos específicos para evitar o surto.
“O trabalho é realizado todo ano. Sofremos com o problema da falta de consciência. Não é todo mundo que abre a residência para os agentes. Infelizmente, não temos lei que dá maior respaldo para o município fazer o seu trabalho. Há limitações”, justifica.
A educadora em Saúde e responsável pelo controle de endemias no município, Célia Regina Alves da Silva, antecipa que o município já investe e vai intensificar ainda mais a parceria com as escolas. “Realizamos gincanas educativas a fim de eliminar possíveis criadouros do município. Já contamos também com três servidores capacitados para detectar onde há casos e bloquear a transmissão da doença eliminando os focos na localidade onde a pessoa adoeceu. No entanto, o papel principal é da população, visto que 90% dos focos estão nas residências, no lixo espalhado pelo quintal e jogado em lote vago.”
Já o secretário de Saúde, Gilmar Lopes Fernandes, reclama da falta de recursos. “Nosso trabalho é contínuo, contamos com sete agentes e contratamos mais três como reforço. O grande problema é a falta de recursos extras. Se recebêssemos R$ 20 mil, poderíamos garantir uma melhor condição aos 10,4 mil habitantes”, afirma. Caetanópolis é a única cidade da região Sudeste nessa condição de risco iminente de surto.
Assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde informou que o LIRAa divulgado na quinta-feira pode sofrer mudanças, para mais ou menos. Informam que o dado é preliminar e está sujeito a alterações, já que a porcentagem consolidada só deve ser divulgada ao final do mês de novembro. Cidades que têm índice igual ou inferior a 1% (a cada 100 imóveis um tem a presença de larvas) são consideradas satisfatórias. Aquelas com LIRAa entre 1% e 3,9% entram no quadro de alerta, e as com taxa acima de 4%, em situação de surto.